sábado, 24 de agosto de 2013

Om mani padme hum

Esperar, esperar, esperar
Como se fosse esta minha última opção
E minha primeira escolha

A escolha de ser vítima de quem sou
Oprimindo a essência flutuante interior
A crueldade da carne na vileza do espirito
Isso e o Nada

Admitir o erro é esperar perdão, aparenta
Não admiti-lo é permanecer nele, ensinam
E não admiti-lo por não desejar ser perdoado, seria o Direito?

A fórmula para o perdão?
A ulterior - e por isso correta - resposta?

E do que serve o perdão se não para o retorno? Tolice
Não existe retorno nesse universo horário
Voltamos para onde estávamos indo na direção oposta

Assim sendo, quero - e virão - quaisquer coisas nenhumas onde cabe tudo
Como eu já tive, quais são belos quadros
De natureza morta do outro lado da minha testa

E estou errado, isso me faz certo
E estou fraco, o que me faz mais belo

Não estou pronto para abandonar a existência terrena,
O que me espiritualiza

Quer dizer,
Eu espero: