quinta-feira, 17 de maio de 2012

Do cantor de forró e outras providências

Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; E mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles. E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. (Mt 4:8-9)









Meus irmãos,

Mais importante que a vitória é a forma como se é perseguida. Vitória em forma de decisão é engodo. Atacar a consequência de um problema não pode iludir ninguém como missão cumprida. Mesmo se, além desse, dois, quatro, até cinco ‘caírem’, não vai haver solução nenhuma. O revanchismo não pode parecer mais justo que a reorganização
.
Outros virão, lá como cá.

O nosso problema, o nosso inimigo, a nossa causa deve ser o combate ao apadrinhamento. Enquanto irmãos, cônjuges, afilhados, parentes, sobrinhos e namorados detiverem vantagem de qualquer natureza, restaremos submersos em adubo humano.

Nosso posicionamento deve ser diário, nossos pensamentos devem permanecer distintos, nossos corações devem bater compassados.

As ameaças ainda são as mesmas: reprovações, não aprovações em concursos públicos, processos judiciais de quem “tem muitos amigos do MP”. Em verdade vos digo, meus amores, são ameaças vazias. O gesto de submissão de vossas cabeças é incomensurável ao que vale um tanto de sangue derramado (e antes que algum mentecapto me acuse de apologia à violência, me refiro a Willian Henley).

Um domador de circo que põe a cabeça na boca de um leão não espera ser mordido. Essa esperança vem dos poucos bifes e muitos choques que lhe dão.

Façamos um esforço, acreditemos na força construtiva da militância, e, em muito menos tempo que imaginamos, as relações bacangais serão merecedoras de metáforas mais ricas.

Enfim, não vos contentai com o(s) pouco(s) que vos oferecem. Dada à covardia inerente daqueles, vão se dividir, negar-se-ão entre si, entregar-se-ão uns aos outros, mostrar-se-ão adeptos a causa. Não vos abalai, não vos esquecei quem são e o que são capazes de fazer com o poder. Não é momento para vinganças, infere-se não ser o momento para perdões.

Guardo o fim do poema que citei,

I am the master of my fate
I am the captain of my soul.



Até a Vitória,
JLCS