Meus irmãos,
Mais importante que a vitória é a forma como se é
perseguida. Vitória em forma de decisão é engodo. Atacar a consequência de um
problema não pode iludir ninguém como missão cumprida. Mesmo se, além desse,
dois, quatro, até cinco ‘caírem’, não vai haver solução nenhuma. O revanchismo
não pode parecer mais justo que a reorganização
.
Outros virão, lá como cá.
O nosso problema, o nosso inimigo, a nossa causa deve ser o
combate ao apadrinhamento. Enquanto irmãos, cônjuges, afilhados, parentes,
sobrinhos e namorados detiverem vantagem de qualquer natureza, restaremos
submersos em adubo humano.
Nosso posicionamento deve ser diário, nossos pensamentos devem
permanecer distintos, nossos corações devem bater compassados.
As ameaças ainda são as mesmas: reprovações, não aprovações
em concursos públicos, processos judiciais de quem “tem muitos amigos do MP”.
Em verdade vos digo, meus amores, são ameaças vazias. O gesto de submissão de
vossas cabeças é incomensurável ao que vale um tanto de sangue derramado (e
antes que algum mentecapto me acuse de apologia à violência, me refiro a
Willian Henley).
Um domador de circo que põe a cabeça na boca de um leão não
espera ser mordido. Essa esperança vem dos poucos bifes e muitos choques que
lhe dão.
Façamos um esforço, acreditemos na força construtiva da
militância, e, em muito menos tempo que imaginamos, as relações bacangais serão
merecedoras de metáforas mais ricas.
Enfim, não vos contentai com o(s) pouco(s) que vos oferecem.
Dada à covardia inerente daqueles, vão se dividir, negar-se-ão entre si,
entregar-se-ão uns aos outros, mostrar-se-ão adeptos a causa. Não vos abalai,
não vos esquecei quem são e o que são capazes de fazer com o poder. Não é
momento para vinganças, infere-se não ser o momento para perdões.
Guardo o fim do poema que citei,
I am the
master of my fate
I am the
captain of my soul.
Até a Vitória,
JLCS